Ervanária
Infelizmente, o único ervanário que existia em Montalvão, Domingos Semedo de Matos, mais conhecido por Domingos “Paixão”, faleceu, embora já com a idade muito avançada de 92 anos, por motivo de uma queda fatal. Não fora isso e, certamente, ainda o teríamos na nossa companhia, fruto da vida saudável que praticava e aconselhava, de forma entusiástica.
Apresentava-se como curandeiro, ervanário e massagista, fazendo cura com argila, que julgamos ter sido a sua iniciação, sendo na altura e por muitos mais anos militar da GNR, em Lisboa.
Através da publicação de sua autoria, de que damos conhecimento, poderá saber-se mais a seu respeito e das suas sábias recomendações.
Foi uma figura simpática e bem informada sobre esta “ciência” de curar através da botânica. Embora seja comum dizer-se que ninguém é insubstituível, há porém uns que o são menos do que a generalidade, como é o caso deste nosso conterrâneo.
Sem contradizer o que antes referimos, a verdade é que já antes dele, embora talvez menos conhecido dos montalvanenses, pelo menos das gerações mais novas, tivemos um outro ervanário / curandeiro - José Guerra – cujo neto, José da Graça de Matos, ele próprio apresentado neste “sítio” como poeta popular, lhe dedicou dois poemas, cujo mote de um deles reproduzimos, por o definir muito bem como tal.
Mote: Meu Avô Era Ervanário
Meu avô era ervanário
Com ervas curava a dor
Viveu cem anos na vida
Sem nunca ir ao doutor
Luís Gonçalves Gomes
11 fevereiro 2016