Igreja Matriz de Montalvão (1)
Assim popularizada, pode igualmente designar-se por Igreja Paroquial de Nossa Senhora das Graças, de Montalvão (como, aliás, consta em antigos registos paroquiais). Está atualmente integrada no Arciprestado de Ponte de Sor ( outrora de Nisa), diocese de Portalegre - Castelo Branco.(v. Nota 1, infra)
"A paróquia de Montavão pertenceu inicialmente à Diocese de Évora onde se manteve até 1260, data em que transitou para a Diocese da Guarda. Em 1549 foi integrada na Diocese de Portalegre. A apresentação do pároco-vigário, freire professo da Ordem de Cristo, foi da jurisdição da mesma ordem e, posteriormente, da Mesa de Consciência e Ordens. Pertence actualmente à Diocese de Portalegre-Castelo Branco, Arciprestado de Nisa. Tem por orago Nossa Senhora da Graça." (2)
"Dedicada a Nossa Senhora da Graça, a Igreja Matriz de Montalvão, que foi comenda da Ordem de Cristo, destaca-se na malha urbana pela imponência dos seus volumes. Edificada no século XIV ou final do XIII, ficou concluÃda em 1568, tendo sido depois objecto de campanhas de obras de época quinhentista e barroca. Já no século XX, outras intervenções, certamente de consolidação e restauro, alteraram a estrutura de apoio quer das naves laterais quer do coro. (v. Nota 2, infra)
O portal principal é um dos poucos elementos que restam da primitiva construção. Inscrito em gablete de remate triangular, desenvolve-se em arco de volta perfeita formado por arquivoltas triplas que assentam em colunelos com capitéis de folhagens. É sobrepujado por um óculo mais recente, e flanqueado por duas frestas. A fachada, em empena, é mais larga do que alta, facto ainda mais evidenciado pelas torres que a ladeiam e se elevam bem acima da linha dos telhados. Uma delas é mais alta, mas ambas apresentam panos cegos, apenas abertos pelas sineiras, com pedraria aparente nos cunhais e remate em coruchéu.
No interior, de caracterÃsticas já quinhentistas, o espaço divide-se em três naves, separadas por arcaria de volta perfeita, assente sobre colunas, definindo cinco tramos, sendo que os arcos na área do coro são mais baixos.
A zona da cabeceira é, no entanto, mais recente, apresentando tecto em caixotões e retábulo de talha polÃcroma numa composição que recorda os modelos proto - barrocos. A ser original, foi profundamente alterada e repintada.
Quanto aos restantes altares, os dois colaterais são de talha dourada barroca e, na nave, ganha especial interesse a capela do século XVII, aberta por arco de volta perfeita inscrito numa estrutura de pilastras e entablamento em granito, e um outro retábulo em mármore de Estremoz, já do século XVIII." (3)
(RC) (3)
Nota:
1- Arciprestado: território sob a jurisdição de um Arcipreste - representante do Bispo para uma determinada zona (paróquias da Diocese).
Matriz: por ser a igreja -mãe, a que congrega várias capelas dentro da mesma paróquia.
(esclarecimentos gentilmente prestados pelo Senhor Padre Joaquim Valente, da Paróquia de Montalvão)
2- Em 26 junho 2015, foi lançada uma "Campanha para o Restauro da Igreja Matriz de Montalvão", impulsionada pela realização do 1º Encontro de Coros Ibéricos de Montalvão, tendo sido, para o efeito, constituÃda uma Comissão (v. "Espaço do Cidadão-Comissões", neste "sÃtio").
LuÃs Gonçalves Gomes
18 dezembro 2015
Bibliografia:
(1) EdifÃcio Classificado como IM - Interesse Municipal - Decreto n.º 129/77, DR, I Série, n.º 226, de 29-09-1977
(2) http://digitarq.adptg.arquivos.pt/details?id=1012556
(3) www.património cultural.pt